WandaVision e o problema de ter o HYPE nas alturas | Crítica
A primeira séria da Marvel estreou, dia 15 de janeiro, no Disney Plus; hub de filmes e series da Disney. Trazendo como foco principal os personagens já conceituados de Vingadores, Wanda Maximoff (Elizabeth Olsen) e Visão (Paul Bettany).
Nota: 8/10 Morsas

A Trama da Série:
WandaVision tem seu inicio na década de 50, sendo completamente tematizada; desde o tipo de enquadramento de câmeras, passando pelos tons em preto e branco, até o estilo ‘sitcom’ americano, com base em diversas séries datadas, dentre elas estão: “A Feiticeira”, “The Dick Van Dyke Show”, “Jeannie é um Gênio”, “Três é Demais”, ‘The Office” dentre várias outras.

Os três primeiros episódios começam sem nenhum tipo de contexto, deixando o telespectador um tanto quanto perdido, sem saber se é uma série situada na realidade atual do MCU, sem nenhum tipo de explicação sobre o porque de vermos Wanda e Visão em outra década. São deixadas pistas importantes, nesses episódios, sobre o que está acontecendo; sendo elas um avião colorido com o selo da S.W.O.R.D, vozes se comunicando com Wanda pelo rádio, e um homem vestido em roupas que lembram antitoxinas, também com o símbolo da S.W.O.R.D. .
Os episódios 4, 5 e 6 são a grande virada de jogo, onde começamos a entender o que de fato está acontecendo na pacata cidade de WestView. Somos apresentados a S.W.O.R.D, o background de Mônica Rambeu e, no episódio que serviu como resposta dos eventos que estavam ocorrendo até então, vimos a força tarefa montada para entender a “Anomalia Maximoff“.

‘Interrompemos esse programa’, Um episódio muito especial…’ e ‘Um Halloween Assustadoramente Inédito’ ditaram o rumo dos últimos episódios, mas serviram para, na minha opinião, ajudar a trazer um ar de frustração ao final da série, já que inúmeras teorias foram criadas em torno de Mephisto, Doutor Estranho e até mesmo o multiverso, incluindo os X-Men.
Outro fator que ajudou a trazer o ar de frustração foram as entrevistas coletivas ao longo da serie, como por exemplo as declarações de Paul Bettany sobre cenas gravadas, onde ele teve “o privilégio de gravar com outro grande ator que ainda não teria tido a oportunidade de contracenar“.

Apesar das declarações, a culpa da frustração é 100% dos fãs, que ousaram teorizar e sonhar alto; já que a serie cumpriu com o seu papel, entregando um ciclo fechado e desenvolvendo ainda mais a personagem interpretada por Elisabeth Olsen, introduzindo o universo Bruxo ao MCU, levando a agora nomeada ‘Feiticeira Escarlate’ ao seu nível máximo de poder, introduzindo o Visão Branco, Aghata Harkness, Wiccano e Célere.

Tirando o hype de lado, os três últimos episódios fecharam o arco da Feiticeira Escarlate, abandonando por completo o clima de ‘sitcom‘ e trazendo muita emoção.
‘Quebrando a quarta parede’, ‘Nos episódios anteriores…’ e ‘Final da Série‘ nos levam de volta ao passado da Wanda, desde a explosão de bombas Stark, passando pelos experimentos com a Joia da Mente, momentos de paz com o Visão, construção do Hex e, finalmente, o final da série.

O arco de luto criado pela série se encerra de forma majestosa, ouso dizer que lágrimas escorreram!
Wanda é a personagem mais sofrida de todo o MCU, perdeu tudo o que tinha e teve de aprender a lidar com o luto. Perdeu os pais, o irmão, o amor de sua vida e, no final, teve de entregar sua nova família para ‘salvar a de outros’, um sacrifício digno de joia da alma, que nenhum outro personagem teve de fazer no MCU. O arco de luto se encerra aí, a personagem aceita entregar tudo que criou, incluindo o marido e filhos, ela aceita perder seu último laço com uma família, para voltar a ser uma heroína.

Um novo jeito de se pensar TV
A Disney, como já era de se esperar, conseguiu inovar a forma de se pensar TV e Cinema. Agora, pela primeira vez, o fã vai ter que ver séries para entender o que está acontecendo nas telonas, tornando o MCU ainda mais denso, e desenvolvendo ainda mais os personagens.
Eles foram além, o grande evento que foi a estreia de Vingadores nos cinemas consegue ser replicado pras telinhas e, WandaVision mostrou esse efeito na prática. Cada episódio teve, em média, US$ 25 milhões de orçamento, sendo maior do que Vingadores e Game Of Thrones; se tornando a série nº1 de pesquisa e interações nas redes sociais, acumulando ao todo um índice 8.127 na audiência, sendo aproximadamente 81 vezes mais assistida do que a média de series vistas em plataformas de vídeo sob demanda no mês de janeiro.
A forma como foi postada, sendo os 3 primeiros episódios liberados em um dia, e os demais liberados um por vez a cada semana, deu um ar ainda maior para a serie, estendendo o ‘hype’ e as teorias dos fãs, modelo que eu senti falta ao assistir, por exemplo, a saga ‘Fate’, pela Netflix.
WandaVision revolucionou e homenageou as series de TV da melhor forma possível; cada episódio uma década, sempre com os efeitos práticos, edição, lentes e roteiro homenageando a década escolhida.
Por fim, a trama da série me agradou muito, apesar de eu me permitir sonhar demais ao longo da serie e cair nas diversas teorias envolvendo Mephisto, Doutor Estranho, Multiverso, dentre outras. Dada a importância histórica da serie, o ciclo do luto de Wanda Maximoff, e as lágrimas que escorreram nos últimos episódios, essa série merece 8 Morsas.
