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segunda série de super-heróis da Marvel estreou, dia 19 de março, no hub de filmes e series da Disney, o Disney Plus. O principal foco de Falcão e Soldado Invernal é o legado deixado por Steve Rogers, e tudo que o escudo do Capitão América representa como símbolo.

Nota: 10/10 Morsas

Foto Divulgação – DisneyPlus

A história da série é, de forma geral, sobre o peso do escudo e do uniforme de Capitão América. Tanto Sam Wilson quanto Bucky Barnes foram extremamente bem desenvolvidos, mas o principal foco, pra mim, é sobre o legado deixado por Steve Rogers e o porquê desse legado ser tão complicado.

O desenvolvimento de cada personagem é muito bem amarrado com a trama da série, onde vemos os Apátridas, homens e mulheres que não se enxergam como parte de alguma nação. O grupo radical é liderado por Karli Morgenthau (Erin Kellyman), que consegue alguns exemplares de soro do super soldado com o Mercador do Poder, e começa a lutar por um mundo justo e livre, onde as nações, depois de todo um movimento por busca de mão de obra, recebem de volta metade da população que sumiu pós eventos de Guerra Infinita.

WAKANDA

As guerreiras mais poderosas do mundo apareceram em momentos de caçada ao Barão Zemo, que matou o antigo rei de Wakanda em seu ataque a convenção da ONU.

Elas também tiveram participação em uma das cenas de ação mais incríveis de ‘O Falcão e o Soldado Invernal’, ensinando ao John Walker o porque não devemos afrontar uma Dora Milaje.

Vale ressaltar que Wakanda terá uma série própria no Disney Plus, que já está em desenvolvimento.

MADRIPOOR

Ainda falando sobre lugares maravilhosos e fictícios da Marvel, vamos a uma das principais cidades dos gibis: Madripoor.

Madripoor é geograficamente localizada em uma ilha de Cingapura, no Sudeste Asiático, sendo projetada em um estilo “cyberpunk“, dividido entre a alta e a baixa cidade, e foi criada por Chris Claremont no universo X-Men, em um gibi dos Novos Mutantes. A alta cidade é extremamente rica, sendo o completo oposto da baixa cidade, que é marcada pela criminalidade, pobreza extrema, esgoto a céu aberto e falta de lei estatal, facilitando pirataria e tráfico.

Na série, Barão Zemo acompanha Bucky e Sam em busca do Mercador do Poder, que está negociando soros do supersoldado para os Apátridas.

BUCKY BARNES

O Soldado Invernal, apesar de parecer estar em segundo plano, teve seu arco muito bem fechado. Finalmente vimos como Bucky vivia em conflito com seu passado, se apegando aos símbolos que via como família. Ao decorrer da série, o Sargento Barnes deixa de ser um militar durão e fechado para se torna um amigo, parte de uma nova família.

Pudemos ver a cena onde Bucky deixa de ter sua mente controlada, após tratamento em Wakanda. Uma cena maravilhosa onde Sebastian Stan entregou uma das melhores atuações de sua carreira.

Foto Divulgação – DisneyPlus

SAM WILSON

Sam foi o personagem com maior presença de tela, com seu arco saindo de “sidekick” para protagonista.

A série mostra aos poucos como a personalidade de Sam é parecida com a de Steve Rogers, dando ênfase no porque do Falcão ter sido escolhido para dar sequência ao legado; contrastando 100% com o escolhido do governo, John Walker.

Sam é um homem bom que sabe muito bem quando é a hora de lutar, tanto fisicamente, quanto politicamente. Todas as questões raciais foram muito bem desenvolvidas, ainda mais quando colocado ao lado de Isaiah Bradley, homem que inspirou Sam a deixar de ser o Falcão e aceitar, por fim, o peso do legado, se tornando o Capitão América.

Foto Divulgação – DisneyPlus

Steve Rogers x John Walker x Sam Wilson

A série joga na cara do telespectador o porque do Falcão ser a pessoa ideal para carregar o escudo. Ao longo da disputa temos John Walker, que precisava provar a cada minuto que é o Capitão América; acreditando que deve ser mais temido do que respeitado.

John tinha a necessidade de dizer que era o Capitão América todos os momentos que aparecia carregando o escudo e, mesmo sendo o melhor soldado do governo norte americano, tendo 3 medalhas de honra e se destacando em todos os confrontos, se perdeu por um minuto e manchou o legado do escudo. Eu vejo John Walker falhando por ser um produto militar dos Estados Unidos, já que, no meu modo de ver, ele era sim um homem de boa intenção, sofrendo toda a pressão de ser o maior símbolo norte americano.

Quando comparamos John a Isaiah Bradley, vemos mais uma vez a série escancarando o racismo institucional, já que Isaiah foi preso por 30 anos, sofreu diversas punições e foi torturado ao longo dos mesmos 30 anos, enquanto John, o homem branco, loiro e de olho azul, no final, ganhou um novo cargo do governo, assumindo o manto de Agente Americano.

Foto Divulgação – DisneyPlus

“NUNCA VÃO DEIXAR UM HOMEM NEGRO SER O CAPITÃO AMÉRICA”

Sam Wilson é um homem negro que se respeita e sim, pegou o legado e o manto pra ele. Como já dito, Sam é o personagem do MCU que mais se parece com Steve. Ambos sabem que o dever do Capitão América não é seguir ordens do governo, mas sim lutar pelo que é certo e, muitas das vezes, deixar de lutar e apanhar, pois é o certo a se fazer.

Steve Rogers sempre priorizou o que ele considerava moralmente correto, buscando ajudar e entender todos os lados da situação antes de tomar uma decisão. A punição sempre vem depois do crime, para Steve o papel do Capitão América é trazer justiça, as vezes de formas violentas, mas sempre de forma justa.

John Walker, como vimos no quarto episódio, não consegue raciocinar de forma moral quando tem seus nervos a flor da pele, principalmente depois de usar o soro do supersoldado. Mesmo assim, quando teve de escolher entre salvar a vida de um grupo de pessoas em perigo, ou correr atrás de uma vingança pessoal, John escolheu certo, se lembrou que o capacete e o manto de Capitão América possuem um peso maior do que o de seus próprios conflitos, e ajudou Sam e Bucky a salvarem o dia.

Conseguimos ver na série toda a diferença de personalidades e caráter entre Steve e John, exemplificando muito bem a frase dita por Abraham Erskine em Capitão América: Primeiro Vingador:

“O soro amplifica tudo que está lá dentro. O bom se torna ótimo. O mau se torna pior. Por isso você foi escolhido. Porque um homem forte, que sempre conheceu o poder, pode perder o respeito por esse poder. Mas um homem fraco reconhece o valor da força e conhece a compaixão.”

Por isso Sam Wilson foi escolhido por Steve Rogers para manter seu legado. Sam possui caráter forte e vontade de ajudar o próximo. É um homem bom, de coração puro. Tudo isso foi muito bem colocado ao longo dos seis episódios, justificando assim a passagem do manto.

Why Bucky Barnes' Redemption Hinges On Sam Wilson In The Falcon And The Winter  Soldier - The Illuminerdi
Foto Divulgação – DisneyPlus

Mesmo com tantos desenvolvimentos maravilhosos, Falcão e O Soldado Invernal deixou a desejar nas cenas de ação. A impressão que fica é de que todo o orçamento de lutas foi destinado ao primeiro episódio, e os demais não tiveram muitos investimentos em CGI, e pouco investimento na coreografia das lutas.

Alguns pontos do roteiro foram fracos, com soluções preguiçosas, como por exemplo, Zemo fugindo das Dora Milaje pelo bueiro. Mas esses pontos os telespectadores relevam e deixam passar, todas as soluções, preguiçosas ou não, levaram a momentos marcantes na série.

Anthony Mackie on The Falcon and the Winter Soldier: 'Show is very honest  about what it means to be a Black Captain America' | Entertainment News,The  Indian Express
Foto Divulgação – DisneyPlus

O título final do filme me deixou um pouco incomodado também, “Capitão América e O Soldado Invernal” leva a entender que Bucky não fechou o arco dele, no meu modo de ver, Bucky Barnes entendeu e aceitou que ele foi sim o Soldado Invernal, mas que agora ele está finalmente livre, sendo o “Lobo Branco” e ou até mesmo apenas Sargento Barnes.

Por fim, depois do turbilhão de emoções e protestos que O Falcão e o Soldado Invernal trouxeram, posso dizer que me apaixonei por cada episódio, mesmo os que me trouxeram profunda revolta. Gostaria de ver mais de cada personagem apresentado, mesmo com arcos fechados, diversas pontas ficaram soltas para uma possível sequência e ou até um possível filme.


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