Cuphead: The Show – Crítica – 1ª Temporada
A primeira temporada de Cuphead: The Show foi lançada na última sexta-feira (18), no serviço de streaming por assinatura Netflix, se juntando a outras animações derivadas dos videogames presentes na plataforma como Street Fighter II: V e Castlevania. O mais novo cartoon é uma animação do jogo indie Cuphead, lançado em 2017 pelo MDHR Studio.
Como um grande fã de desenhos animados e do indie Cuphead, trago a vocês uma crítica dessa nova série, que é um verdadeiro complemento para os viciados nas xícaras que ficaram tão famosas.
Para quem já jogou ou ouviu falar o suficiente de Cuphead sabe que é um jogo extremamente rico em sua trilha sonora e arte (além de ser extremamente difícil), tendo como principal inspiração a Era de Ouro das animações, que surgiram em meados dos anos 30. O indie trouxe de forma genial um design deslumbrante remontando animações famosas como Pica-Pau ou trazendo referências a personagens icônicos que fizeram parte da infância de muita gente.

Infelizmente, Cuphead: The Show não tenta quebrar paradigmas ou mesmo trazer inovações para o então saturado mercado dos cartoons que vemos hoje em dia. Diferente do que sentimos em 2017 na ponta do analógico, essa nova animação não traz nenhuma novidade tão extraordinária, sendo apenas um complemento para os fãs do jogo e atraindo mais o público infantil.
Isso se deve ao fato de ser uma comédia mais boba e pastelona, com momentos extremamente previsíveis, o que não é necessariamente ruim. É impossível não notar claras semelhanças, logo nos primeiros episódios, na comédia e na evolução da narrativa de Cuphead: The Show com outras animações como Bob Esponja Calça Quadrada ou o Incrível Mundo de Gumball. E para quem curte esses verdadeiros bastiões que marcaram suas respectivas épocas, essa primeira temporada pode ser uma ótima pedida.
Apesar de vermos muitos personagens conhecidos do jogo como o Rei Dado e o próprio Diabo em carne e osso, com personagens totalmente novos e claras referências às suas origens (não vai demorar muito para você achar um Oswald, O Coelho Sortudo ou até mesmo Bimbo, o Cão), a premissa da história em si é totalmente diferente das do jogo de Cuphead.
Se no jogo começamos perdendo nossa alma para o Diabo e precisando coletar a alma de outros devedores para sermos perdoados, na animação as coisas mudam, com o Xicrinho perdendo sua alma em uma mesa de Arcade Bowling (jogo onde o objetivo é acertar bolas em buracos com pontuações distintas), e conseguindo fugir do vilão.

Com a história reformulada, esqueça contratos de alma ou mesmo batalhas contra os chefes; os vilões que combatemos inicialmente, viram personagens comuns e não assumem papéis antagônicos, tirando, claro, o Rei Dado e o Diabo. Nada de tiros ou habilidades especiais, aqui acompanhamos o dia-a-dia dos irmãos Xicrinho e Caneco, onde, ao longo dos episódios, teremos o Diabo que fará algumas tentativas para pegar a alma de Xicrinho.
O fator nostalgia é algo muito forte em Cuphead: The Show, como disse anteriormente, os episódios despertaram algumas lembrança de outras animações em mim e, com certeza, fará o mesmo com qualquer um de idade um pouco mais avançada e que pegou a época em que os desenhos eram menos “industrializados” e insultantes para os telespectadores.
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A arte é outro ponto extremamente forte e que acompanha de forma brilhante a qualidade apresentada nos videogames, sendo tão boa quanto o indie que nos foi apresentado em 2017. Outra coisa bem perceptível é o filtro antigo que fazem questão de usar para dar um charme a obra.

Devo confessar que esperava ver mais músicas da trilha sonora fenomenal de Cuphead na animação, mas ainda sim, algumas deixaram sua marca registrada como Botanic Panic e Clip Joint Calamity.
Cuphead: The Show é claramente um extra fantástico para os fãs do jogo e um prato cheio para quem gosta de animações um pouco mais recentes. Entretanto, não espere algo extremamente engraçado ou mesmo revolucionário, mas sim para descontrair e se maravilhar com uma arte incrível.