5 motivos que tornam os jogos indie incríveis
Os jogos independentes, geralmente desenvolvidos por um pequeno grupo de desenvolvedores, às vezes formado por apenas uma pessoa, começaram de forma tímida na indústria, conquistando cada vez mais o gosto e aprovação de muitos jogadores.
Esse movimento de jogos indie começou com alguns títulos como Journey, Super Meat Boy, Braid e talvez o maior deles até hoje, o Minecraft. Esses e muitos outros trouxeram uma base para que posteriormente outros estúdios menores se inspirassem e começassem seus próprios projetos.
Coincidência ou não, a grande maioria desse tipo de game divide alguns fatores em comum, que de alguma forma contribuíram para todo o seu sucesso. Por isso, listamos 5 desses fatores que tornam os jogos indie incríveis!
1. Acessibilidade

Não é de hoje que a conversa sobre acessibilidade e localização de jogos se estende, principalmente nos últimos anos com o foco da discussão sendo a Nintendo e a tradução de seus exclusivos em PT-BR. Com os famosos jogos independentes não vemos tantos problemas quanto a tradução.
Isso porque ela é geralmente feita pela própria comunidade, ou seja, se muitos jogadores querem um idioma, é bem provável que haja um esforço coletivo para que ele esteja presente nos games o quanto antes. Jogos como Stardew Valley, Hollow Knight e outros jogos expressivos da área, já contam com o nosso idioma. É sempre bom ressaltar que não é regra para todos os jogos, como por exemplo, Eastward, um RPG lançado ano passado e que não conta com o famoso “PT-BR”.
Ainda em acessibilidade, grande parte desse tipo de game não exige hardwares potentes para que possamos aproveitá-los, rodando em computadores mais antigos e com uma performance e fluidez maior, o que impacta diretamente no bolso do consumidor, que é nosso próximo tópico.
2. Preços Baixos e Acessíveis
Não é nada comum vermos indie a preços estratosféricos como vemos hoje em dia em IPs de grandes desenvolvedoras e publishers, que podem passar de R$300 facilmente, sem contar as edições especiais que os tornam ainda mais caros. A história muda quando falamos de indie, já que lançamentos recentes como o próprio Eastward ou até mesmo Inscryption, da Devolver Digital, chegaram com um preço atrativo de até R$50, mas sem esquecer qualidade em diversos aspectos, seja em gráficos, narrativa ou até mesmo em tempo de jogo.
Claro que jogos AAA (jogos com um grande orçamento) geralmente tem um custo de produção maior, chegando na casa dos milhões de dólares, e naturalmente teriam um preço bem maior no seu produto final. Há quem diga sobre qualidade gráfica ou até mesmo tempo de jogo, mas a verdade é que cada jogador tem seus próprios parâmetros para decidir se o game é ou não uma boa compra, então no fim, o preço se torna relativo e depende de cada um. Outra coisa bem importante é que muitas desenvolvedoras independentes, ou até mesmo publishers, fazem descontos frequentemente em lojas virtuais, como na própria Steam, sendo ainda mais vantajoso para quem ama jogos do tipo.
3. Suporte à Comunidade

Outro problema em diversas empresas grandes no mercado é o suporte e transparência à comunidade. Diversos grandes jogos sofreram e ainda sofrem com o abandono das suas empresas e isso frustra muito os jogadores. Um ótimo exemplo disso é toda a repercussão sobre a aquisição da Activision Blizzard pela Microsoft, onde alguns jogadores de World of Warcraft e Overwatch se manifestaram contentes, já que segundo eles a publisher teria abandonado tanto projetos em desenvolvimento como os jogos já lançados. Do outro lado, não é raro vermos jogos independentes surgindo através do crowdfunding, ou financiamento coletivo, como o RPG baseado em turnos Darkest Dungeon, e isso faz com que os jogadores tenham uma participação ativa no planejamento, desenvolvimento e lançamento desses jogos.
O Discord é uma ferramenta muito bem utilizada nesse quesito, já que muitas produtoras usam o aplicativo para mostrar o desenvolvimento de seus jogos, fazendo com que todos acompanhem o progresso de perto, além de permitir que os jogadores avaliem o desenvolvimento,e por que não, dar palpites aos devs.?
Atualizações também fazem parte desse suporte, com jogos sendo atualizados após muitos anos. Stardew Valley, lançado em 2016 e produzido por apenas uma pessoa, trouxe diversas atualizações massivas de conteúdo recentemente (quase seis anos após seu lançamento), além de pequenos bugs de correção que chegam frequentemente ao jogo.
A atenção e o apoio que esses pequenos estúdios dão aos seus consumidores torna essa conexão com os desenvolvedores indie mais humana e mais próxima dos jogadores, além do sentimento incrível de “eu participei disso”, quando o jogo é finalmente lançado.
4. Ideias inovadoras

Outro grande sufoco que algumas empresas da indústria AAA estão passando, é relacionado às inovações e as grandes mudanças de suas franquias, onde a falta delas resultam em jogos muitos parecidos uns com os outros. Um exemplo recente disso é o Far Cry 6, o sexto título principal da franquia da Ubisoft, que recebeu algumas críticas sobre a repetição e o reaproveitamento de alguns elementos de seus antecessores.
Apesar de vermos muitos lançamentos indie dos mesmos gêneros de sempre, como plataforma 2D, geralmente Metroidvania, e o Roguelike, cada título traz recursos novos e totalmente criativos. Isso pode acontecer tanto na questão de gráficos, como na própria jogabilidade e narrativa. Darkest Dungeon tem uma mudança radical em sua sequência, onde ao invés de completarmos missões repousando em uma pequena vila, dessa vez temos que derrotar os inimigos enquanto viajamos em uma carroça, mudando bastante a estratégia e a jogabilidade entre os dois títulos.
Ou que tal um jogo onde você trabalha para o governo como inspetor em uma fronteira de um país em tensão com outras nações? Ou quem sabe, misturar mecânicas presentes na franquia 2D de Zelda, com roguelike e… Tetris? Muitos jogos indie nos apresentam histórias fantásticas e cativantes, mundos inesquecíveis e conceitos extraordinários que não podem passar despercebidos. Quanto mais o tempo passa, mais parece que as empresas grandes estão apostando no seguro, então vemos poucas ideias malucas, inovadoras e criativas como essas no mercado AAA.
5. Qualidade e polimento

Junto com outros dois pontos, temos enfim a qualidade dos jogos, que claro é subjetivo na esmagadora maioria dos casos, mas temos muitos pontos a comentar sobre. Começando pelos gráficos, que é uma das maiores discussões quando falamos em qualidade. Nos dias de hoje não é mais viável dizer que jogos 3D com uma mega produção, que são extremamente lindos, são as únicas masterpieces presentes no mercado. Jogos pixelados e em 2D também têm um espaço quando falamos de qualidade gráfica, como Gris, Cuphead e FEZ, que são um ótimo exemplo disso.
Outro fator importante é o polimento desses jogos. Está cada vez mais comum nos depararmos com jogos com uma mega produção, mas que são lançados incompletos com a empresa lançando patchs ao longo dos anos até o jogo ficar viável, como em Cyberpunk 2077 ou mesmo o eFootball 22. Não que jogos indie sejam isentos de bugs e erros, mas a atenção aos detalhes e a transparência com os jogadores no desenvolvimento ajuda e muito na hora de lançar o jogo refinado e sem problemas maiores.
Claro que cada um tem sua opinião sobre a indústria dos games no geral, e sempre há exceções e casos diferentes um do outro. Queremos muito saber sua visão sobre jogos independentes e sobre o mercado de videogames no geral, então deixe seu feedback aqui nos comentários..